terça-feira, 6 de agosto de 2013

Filhos batem asas e deixam muita saudade!

“Todas as mulheres, assim que engravidam, são alertadas: “Os filhos não são dos pais, e sim do mundo”. Acham a ideia bonita, poética, porém nunca imaginaram que a sentença viria a ser tão real, além de metafórica. 

Gostamos de tê-los embaixo da asa, sentados à mesa durante as refeições, dormindo tranquilos no quarto ao lado. Porém, a sina de “serem do mundo” cedo ou tarde se confirma. Durante a infância, a casa materna ainda se assemelha ao útero, mas assim que meninas menstruam e nascem os primeiros pelos nos meninos, começa o processo de valorização da própria identidade. E se eles puderem fazer isso longe da vista dos pais, tanto mais autêntica parecerá essa busca.” 

Martha Medeiros 


É amigos um dia nós também batemos nossas asinhas e naquele momento nem passou pelas nossas cabeças o vazio, a saudade , o coração apertado dos nossos pais e só vamos entender isso muito mais tarde quando então estamos passando por este momento da vida.

Filhos casam ou vão morar fora, trabalhar em outra cidade, estado ou até em outro país  e aí a casa fica imensa, silenciosa, tudo parece ter ficado grande demais e bate aquela saudade das "crianças" que agora batem suas asinhas lá no alto procurando seus caminhos, sua felicidade.

É difícil acostumar com esse novo momento da vida, os meus já estão fora há alguns anos e morro de saudade deles mesmo estando sempre juntos mas claro que não é a mesma coisa, eu adorava quando chegavam contando as novidades do dia, preparar as comidinhas, sobremesas preferidas eita saudade danada!

Dou uma sugestão para quem ainda não passou por esse momento, vá se preparando porque um dia ele vai acontecer, se for para casar procure ser amiga do genro ou nora para que estejam sempre próximos curtindo tudo de bom que a vida lhes oferecer e vamos em frente porque essa é a vida, não há como fugir do corte do cordão umbilical! 

Foto: GOOGLE

domingo, 4 de agosto de 2013

Conselho de um velho apaixonado - Carlos Drummond de Andrade




Conselho de um velho apaixonado

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer 
seu coração parar de funcionar por alguns segundos,
preste atenção: pode ser a pessoa
mais importante da sua vida. 

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, 
houver o mesmo brilho intenso entre eles,
fique alerta: pode ser a pessoa que você está
esperando desde o dia em que nasceu. 

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo 
for apaixonante, e os olhos se encherem
d'água neste momento, perceba:
existe algo mágico entre vocês. 

Se o 1º e o último pensamento do seu dia
for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chegar a apertar o coração, agradeça: 
Algo do céu te mandou 
um presente divino : O AMOR. 

Se um dia tiverem que pedir perdão um
ao outro por algum motivo e, em troca, 
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue-se: vocês foram feitos um pro outro. 

Se por algum motivo você estiver triste,
se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa
sofrer o seu sofrimento, chorar as suas 
lágrimas e enxugá-las com ternura, que
coisa maravilhosa: você poderá contar 
com ela em qualquer momento de sua vida. 

Se você conseguir, em pensamento, sentir 
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado... 

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos, 
chinelos de dedo e cabelos emaranhados... 


Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... 

Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado... 

Se você tiver a certeza que vai ver a outra 
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela... 

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. 

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes 
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. 

Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar, 
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. 

É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem 
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 3 de agosto de 2013

Telefone no corredor - Martha Medeiros

 
Uma amiga me enviou essa crônica da Martha Medeiros porque nós duas vivemos tudo isso, tenho certeza que vocês também vão recordar fatos interessantes das suas vidas.
Falar ao telefone era mesmo uma "aventura", conseguir um sinal para fazer a ligação nossa como demorava, se fosse interurbano piorou, tinha chiado, a voz mal conseguíamos ouvir e haviam os horários que eram um pouco mais fácil de conseguiu realizar a tão desejada ligação.
Era um serviço caríssimo, lembro das contas lá de casa, eram altíssimas , meu pai era advogado e tinha clientes fora do Rio.
Quando íamos para Minas visitar meus avós quando ainda não tinham telefone em casa, logo cedo minha mãe ia a telefônica pedir a ligação que só acontecia no final da tarde e tínhamos quase que gritar para que meu pai nos ouvisse e nós a ele também, era uma gritaria porque as cabines todas ocupadas e falavam mais alto que o outro, saudades de um tempo que não volta mais!
 
O telefone no corredor

Dos seis aos 11 anos, morei num apartamento onde havia um único telefone, localizado em um nicho da parede do corredor. Ele era preto, e o nicho era alto, eu não conseguia discar sozinha sem a ajuda de um adulto, mas isso não chegava a ser um grande problema porque naquela idade eu não fazia nem recebia tantas ligações assim pra falar a verdade, quase nenhuma.

... Até aqui, nesse primeiro parágrafo, já devo ter deixado alguns adolescentes perplexos. Um único telefone na casa? Para uso coletivo? Preso a uma parede? E você não recebia muitas ligações? Coitada, deve ter sido megatraumático!

Depois dos 11 anos, mudei para outro apartamento com a família. Também só havia um telefone, no corredor, preso à parede por um fio, porém ao menos este ficava em cima de uma mesinha baixa. O problema é que vivi nesse apartamento até os 24 anos, ou seja, uma época em que eu recebia um número significativo de ligações das amigas, de namorados, de colegas de trabalho. Tudo era discutido no corredor, para quem quisesse ouvir. Uma lavanderia.

É bem verdade que, por volta dos 20, meus pais trouxeram do Exterior um aparelho de telefone sem fio, o que já facilitou bastante a vida de todos, era o primeiro passo rumo à privacidade, mas só funcionava dentro de casa – na rua, não pegava. Antes disso, repito: era um único telefone para a família toda. Sem subterfúgios: não havia torpedos, e-mails, nenhum outro jeito de se comunicar com o mundo que não fosse pelo telefone, aquele, o do corredor.

Bom, ninguém impedia que cartas fossem escritas. O correio era bem ágil naquela época.
 Na prática, funcionava desse modo: trimmmmm. Alguém atendia. E depois se ouvia um grito: “Martha, é pra ti, um tal de Breno”!

“Um tal de” revelava que quem tinha atendido estava fingindo não dar importância ao fato de que, sendo um homem do outro lado da linha, havia esperança: talvez eu desencalhasse. O grito no corredor entregava que eu estava em casa, só que eu não queria falar com o tal Breno, ao menos não na frente do pai, da mãe, do irmão e da empregada.

“Alô”. Enquanto eu dizia alô, todos evaporavam ao redor, muito educados. Seria perfeito se vivêssemos num castelo com 23 quartos e oito salas, o que não era o caso. “Não, não posso ir ao cinema no sábado, é aniversário da minha avó”.

“Martha, tua avó só faz aniversário em dezembro!!” Essa era minha mãe, que jurava de pés juntos que não escutava nada, nadinha.
 “Não, Breno, na outra semana também não vai dar, tenho prova todos os dias no colégio”.

“Vai ficar pra tia, depois não diz que não avisei!” Essa era a empregada.

Nem sempre dava tempo de tapar o bocal do telefone com a mão, para a criatura do outro lado não ouvir os comentários da torcida.

“Se não vai sair com esse pateta, desliga de uma vez que estou esperando o Ayrton ligar para confirmar o jogo”. Esse era meu irmão saindo do banheiro.

“Não, Breno, imagina. Pateta é o nome do cachorro aqui de casa”.

Crianças, vocês não imaginam como era divertido viver na idade da pedra.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Rede Globo passa dos limites nas novelas!

Quem me conhece sabe que eu adorooooooo uma novela, desde pequena juntinho de minha mãe ouvia no rádio Jerônimo Herói do Sertão e mtas outras que nos faziam VIAJAR imaginando cada detalhe dos momentos que eram narrados, bons tempos!

Todos sabem quantas novelas maravilhosas já assistimos na TUPI, eram o máximo, na EXCELSIOR e tb na GLOBO , bons textos, cenas de amor mto lindas, delicadas mas agora a GLOBO JÁ PASSOU DE TODOS OS LIMITES, só estão faltando mesmo as CENAS DE SEXO EXPLÍCITO , está demaissssssssssssssssss e minha paciência foi p o espaço, liguei p lá há pouco e soltei o verbo messsssssmoooooooooooooo!

Os horários em que elas são apresentadas as crianças estão acordadas, brincando, participando da vida familiar e não há como impedí-las de ver o que a família está assistindo então acabam vendo cenas que são fortes demais para a idade em que estão, não sou puritana de jeito nenhum mas para tudo na vida há limite e a GLOBO PASSOU TODOS ELES com as cenas que vem sendo mostradas na novela das 21 hs, kd o respeito com o telespectador que dá audiência para eles?????? Nunca nas novelas se usavam palavrões mas agora é o que mais ouvimos, não sabem mais escrever sem eles?????

Amigos é um desabafo, se alguém não concorda sorry mas é assim que eu penso!


ZEROOOOOOOOOOOOOOO p a rede globo!


terça-feira, 2 de julho de 2013

Plebiscito por Aluizio Azevedo



Plebiscito, por Aluizio Azevedo

(Extraído do livro Contos fora de moda, 1894)

A cena passa-se em 1890.

A família está toda reunida na sala de jantar.

O senhor Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira de
balanço. Acabou de comer como um abade.

Dona Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de
um canário belga.

Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a olhar
para o canário. Ele, encostado à mesa, os pés cruzados, lê com muita
atenção uma das nossas folhas diárias.

Silêncio.

De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta:

- Papai, que é plebiscito?

O senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente para fingir que dorme.

O pequeno insiste:

- Papai?

Pausa:

- Papai?

Dona Bernardina intervém:

- Ó seu Rodrigues, Manduca está lhe chamando. Não durma depois do
jantar, que lhe faz mal.

O senhor Rodrigues não tem remédio senão abrir os olhos.

- Que é? Que desejam vocês?

- Eu queria que papai me dissesse o que é plebiscito.

- Ora essa, rapaz! Então tu vais fazer doze anos e não sabes ainda o
que é plebiscito?

- Se soubesse, não perguntava.

 O senhor Rodrigues volta-se para dona Bernardina, que continua muito
ocupada com a gaiola:

- Ó senhora, o pequeno não sabe o que é plebiscito!

- Não admira que ele não saiba, porque eu também não sei.

- Que me diz?! Pois a senhora não sabe o que é plebiscito?

- Nem eu, nem você; aqui em casa ninguém sabe o que é plebiscito.

- Ninguém, alto lá! Creio que tenho dado provas de não ser nenhum ignorante!

- A sua cara não me engana. Você é muito prosa. Vamos: se sabe, diga o
que é plebiscito! Então? A gente está esperando! Diga!...

- A senhora o que quer é enfezar-me!

- Mas, homem de Deus, para que você não há de confessar que não sabe?
Não é nenhuma vergonha ignorar qualquer palavra. Já outro dia foi a
mesma coisa quando Manduca lhe perguntou o que era proletário. Você
falou, falou, falou, e o menino ficou sem saber!

- Proletário - acudiu o senhor Rodrigues - é o cidadão pobre que vive
do trabalho mal remunerado.

- Sim, agora sabe porque foi ao dicionário; mas dou-lhe um doce, se me
disser o que é plebiscito sem se arredar dessa cadeira!

- Que gostinho tem a senhora em tornar-me ridículo na presença destas crianças!

- Oh! Ridículo é você mesmo quem se faz. Seria tão simples dizer: -
Não sei, Manduca, não sei o que é plebiscito; vai buscar o dicionário,
meu filho.

O senhor Rodrigues ergue-se de um ímpeto e brada:

- Mas se eu sei!

- Pois se sabe, diga!

- Não digo para me não humilhar diante de meus filhos! Não dou o braço
a torcer! Quero conservar a força moral que devo ter nesta casa! Vá
para o diabo!

E o senhor Rodrigues, exasperadíssimo, nervoso, deixa a sala de jantar
e vai para o seu quarto, batendo violentamente a porta.

No quarto havia o que ele mais precisava naquela ocasião: algumas
gotas de água de flor de laranja e um dicionário...

A menina toma a palavra:

- Coitado de papai! Zangou-se logo depois do jantar! Dizem que é tão perigoso!

- Não fosse tolo - observa dona Bernardina - e confessasse francamente
que não sabia o que é plebiscito!

- Pois sim - acode Manduca, muito pesaroso por ter sido o causador
involuntário de toda aquela discussão - pois sim, mamãe; chame papai e
façam as pazes.

- Sim! Sim! Façam as pazes! - diz a menina em tom meigo e suplicante.
- Que tolice! Duas pessoas que se estimam tanto zangaram-se por causa
do plebiscito!

Dona Bernardina dá um beijo na filha, e vai bater à porta do quarto:

- Seu Rodrigues, venha sentar-se; não vale a pena zangar-se por tão pouco.

O negociante esperava a deixa. A porta abre-se imediatamente. Ele
entra, atravessa a casa, e vai sentar-se na cadeira de balanço.

- É boa! - brada o senhor Rodrigues depois de largo silêncio - É muito
boa! Eu! Eu ignorar a significação da palavra plebiscito! Eu!... A
mulher e os filhos aproximam-se dele.

O homem continua num tom profundamente dogmático:

- Plebiscito...

E olha para todos os lados a ver se há ali mais alguém que possa
aproveitar a lição.

- Plebiscito é uma lei decretada pelo povo romano, estabelecido em comícios.

- Ah! - suspiram todos, aliviados.

- Uma lei romana, percebem? E querem introduzi-la no Brasil! É mais um
estrangeirismo!..





Fonte: GOOGLE


domingo, 30 de junho de 2013

O verdadeiro pulso da nação - Cora Ronái


O verdadeiro pulso da nação

  1. O melhor ponto de observação para as manifestações são as redes sociais, notadamente o Facebook. Nelas é possível não só acompanhar a reação das pessoas em tempo real, mas também ver a pouca, ou nenhuma, penetração do governo, em suas várias instâncias, na internet -- o que talvez explique porque os protestos surpreenderam tanto os políticos, afastados da verdadeira opinião dos seus súditos por camadas de mordomias e de ocupantes de cargos de confiança.

    Mesmo os políticos com presença mais assídua na rede nem sempre entendem os seus mecanismos. O senador Roberto Freire, por exemplo, passa a maior parte do tempo que dedica ao Twitter respondendo a ofensas e dando trela a provocações. Lamento, mas esse ruído -- que afasta as pessoas interessadas em conversar e atrai os baderneiros virtuais -- não pode ser confundido com diálogo.

    A presidente, por sua vez, em plena época de descontentamento geral, passou os dois últimos dias recebendo representantes de movimentos sociais... ligados ao governo! Ora, não é com eles que ela tem que se entender, como deixa claro a gritaria na rede, e sim com as pessoas que estão de fora das boquinhas. Os movimentos sociais governistas, que nunca viveram tão bem, estão muito satisfeitos com Dilma e com o PT.

    Em pleno ano de 2013, não é assim que se faz. Se a presidente está mesmo a fim de ouvir a população, o melhor a fazer é dar um bordejo pela internet. Ela nem precisa perder seu precioso tempo navegando os mares da insatisfação pessoalmente; basta pedir um bom clipping a seus assessores. Se fizesse isso, evitaria o gol contra de "rezar para os convertidos", que é como os angloparlantes dizem "chover no molhado".

    E o governador? No meio da semana, fez uma reunião com meia dúzia de gatos pingados que pertenceriam, supostamente, ao grupo de manifestantes acampado em frente à sua casa. Saindo do palácio, o tal grupo criou uma página no Facebook modestamente intitulada "Somos o Brasil" e postou um texto melancólico, em que se apresentava como voz das massas e alardeava uma próxima visita a hospital público em companhia do secretário de saúde. Vergonha alheia total!

    Ontem à noite, o grupo, que se quer representativo, ostentava pouco mais de cem míseras curtidas.

    O governo errou feio, errou rude. Na internet, a ordem dos fatores altera o produto: para dar a impressão de que está ouvindo a sociedade, um governador deve procurar um grupo que a represente, e não uma entidade da qual ninguém jamais ouviu falar. Em outras palavras, deve procurar quem tenha presença representativa na rede, reconhecida e eventualmente respeitada -- e não juntar alguns amiguinhos que, depois do encontro, fazem página no FB.

    A farsa não demorou a ser desmascarada. Desde que botou a página no ar, a turminha do Cabral não tem feito outra coisa a não ser apagar críticas -- ou seja, todos os comentários, sem exceção -- e os seus próprios posts. Há muito tempo eu não via um desastre de relações públicas tão explícito.

    o O o

    Não acredito em teorias conspiratórias, mas algo de muito estranho aconteceu na minha própria página do Facebook: o post em que eu falava da criação dessa página de amiguinhos sumiu sem deixar vestígios. Tenho testemunhas: quando o vi pela última vez, ele tinha mais de uma centena de curtidas, dezenas de comentários e vários compartilhamentos. Fui dormir; quando acordei, não estava mais lá.

    Gostaria muito que algum representante do Facebook me explicasse o que aconteceu, ou vou ter que concordar com os alarmistas que dizem que a rede está sob censura.

    (O Globo, Economia, 29.6.2013)


    Fonte: GOOGLE

sábado, 29 de junho de 2013

Os Invejosos - Danuza Leão



Há décadas as mulheres lutam para ter os mesmos direitos que os homens. Já conseguiram muito: podem entrar num restaurante sozinhas, viajar idem e até dividir as contas quando saem com o namorado. Mas em algumas coisas, vamos reconhecer, jamais seremos iguais a eles.
Não neste século, talvez no próximo. Talvez.
Pense, por exemplo, num homem de 45/55 anos, inteligente, charmoso, sarado, levemente grisalho, bem-sucedido no trabalho, boa-praça e simpático. Quem não gostaria de namorar um homem assim? Esse tipo de homem costuma ser o sonho de consumo das mulheres dos 30 aos 60.
Agora, vamos inverter: pense numa mulher entre os 45 e os 60, inteligente, sedutora, com os cabelos começando a embranquecer, um sucesso na vida profissional, elegante, culta, viajada.Quantos homens telefonam para ela por dia tentando se aproximar?
Quantos sonham em ter um romance com ela?
Vamos admitir: poucos. Nenhum, talvez. É justo? Não.
É assim? É. Por que será? Eu, cá com os meus botões, penso que a culpa é um pouco nossa. Esses homens tão cobiçados – estou falando dos solteiros, claro – não costumam passar a vida procurando desesperadamente por uma mulher.
Já nós – a maioria das mulheres, eu diria – pensamos muito nisso. Quase que só nisso. Alguém já ouviu um homem dizer “não tem mulher na praça”? Mas “não tem homem na praça” estou exausta de tanto ouvir, das gatinhas de 20 às maduras de 60. Se já podemos fazer praticamente tudo que eles fazem, por que precisamos tanto deles?
Boa pergunta.
Mas as coisas estão mudando; você já reparou que eles estão querendo ficar iguais a nós? Existem coisas que um machão não podia fazer e agora ficou decidido (por eles, claro) que pode. Com o surgimento do metrossexual, eles não escondem que se depilam, fazem plástica, lipo, limpeza de pele, hidratam e pintam os cabelos, usam vários cremes no rosto, e já existem muitas marcas de produtos de embelezamento dirigidas exclusivamente ao público masculino. Além disso, trocam as fraldas dos filhos, usam brincos, pulseiras e anéis, e só falta mesmo vestirem saias e usarem sapato alto (Ronaldinho Gaúcho usa até aro no cabelo).
E não é por acaso que no Carnaval eles saem vestidos de mulher, usam batom, blush e não dispensam nem os sutiãs.
E mais: agora resolveram entrar no sacrossanto recinto feminino, que é a cozinha. Compram utensílios importados, vão à feira e inventam receitas; para nós, mulheres, sobrou o pior: lavar as panelas.
Um dia a gente chega lá.
Mas a natureza nos deu o maior de todos os privilégios: o de podermos ser mães. Eles não falam disso, claro, e se Freud descobriu, cientificamente, que a mulher tem inveja do pênis, nunca mencionou a inveja deles, que não podem conceber um filho. Compreende-se: Freud, sendo homem, puxava a brasa para a sua sardinha. A vida é muito boa, mas no dia em que deixarmos de lado essa procura insana por um amor, um homem, um marido, acho que seremos muito mais felizes.
E, se pintar um homem, melhor ainda.

Danuza Leão

Fonte: GOOGLE

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O BRASIL acordou mas precisa estar Alerta para as manobras políticas!!

Precisamos ficar muito atentos para que os políticos não tentem  nos enganar, já tiveram a prova da nossa fôrça e agora estão com "pressa" para resolver questões que sabemos não se resolvem de um dia para o outro, nossa atenção é primordial neste momento de mudanças no país!

Nós Brasileiros é que de agora em diante daremos as cartas mas precisamos saber jogar porque como todos sabem tem jogos sujos demais no país, não podemos dar mais chance aos polítcios corruptos, tem que ser banidos da nossa política e isto é com o nosso voto em 2014 que iniciaremos A Grande Faxina na política brasileira, vamos em frente Brasil!!


"O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta".
Nicolau Maquiavel


Fotos: GOOGLE

quarta-feira, 26 de junho de 2013

VITÓRIA do Povo Brasileiro !!!

O sabor da VITÓRIA do povo brasileiro derrubando a PEC 37 é especiallllllllllllllll, nóssss merecemos esta e muitas outras que virão porque com o povo ACORDADO esta gente de Brasília vai ficar atenta para não errar mais pois sabem que o fim deles está próximo!

Guardem bem estes NOVE NOMES dos que votaram A FAVOR da PEC 37, compartilhem com os amigos para que todos gravem para nãoooo reeleger esta gente nas próximas eleições!

ABELARDO JUNIOR - DEM-PR
JOÃO CAMPOS PSDB - GO
ELIENE LIMA PSD - MT
VALDEMAR COSTA NETO  PR - SP
BERNARDO SANTANA DE VASCONCELOS PR - MG
JOÃO LYRA PSD - AL
LOURIVAL MENDES PTDOB - MA
SÉRGIO GUERRA PSDB - PE
MENDONÇA PRADO DEM - SE

Duas VITÓRIAS super importantes até agora mas com a FÔRÇA DO POVO teremos muitas outras, momento histórico do Brasil!!!

Vamos continuar nas ruas exigindo nossos direitos, nada de calar, vamos as ruas na PAZ, na ORDEM para alcançarmos a realização de tudo que desejamos para o nosso BRASIL, será a nossa herança para nossos filhos e netos, um BRASIL LIMPO DE CORRUPÇÃO!


 "O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta". Nicolau Maquiavel

Fotos: GOOGLE





terça-feira, 25 de junho de 2013

Cora Ronái

Dilma não me convence. É inteiramente artificial na postura, no look armado, na leitura mecânica e aflitiva -- a toda hora penso que vai tropeçar numa concordância ou se estatelar numa flexão verbal.

Seu discurso foi, mais uma vez, um discurso de campanha: vamos criar mecanismos de combate à corrupção, vamos melhorar a educação, vamos melhorar a saúde pública, vamos melhorar os meios de transporte... Mas, vem cá, não foi para isso que ela foi eleita?! Não é isso que deveria estar fazendo desde o primeiro dia do seu reinado?

Passou a batata quente para o Congresso (será que precisamos mesmo de uma constituinte para fazer a reforma política?) mas não ofereceu um único sinal de que pretende -- de fato, concretamente -- contribuir para o saneamento político do Brasil.

Podia ter anunciado uma reforma ministerial com substancial redução do número de ministérios, por exemplo; ou podia ter aberto todas as contas da presidência (viagens inclusive) ao mencionar a lei de acesso à informação.

No mínimo, no mínimo, podia ter declarado à nação que, de agora em diante, vai arranjar um bom cabeleireiro em Brasília, em vez de mandar vir de São Paulo o incompetente que a atende a cada retoque das madeixas.

Já seria alguma coisa.

(Ah, sim: podia também parar de usar o horrendo estrangeirismo "massivo", que sequer existe na língua portuguesa.)


Fonte: https://www.facebook.com/marciabenevolo.fernandes?fref=ts

sábado, 8 de junho de 2013

Mágoas São Pérolas - Johanna Perrone

Mágoas São Pérolas

Há quem pense que passa sabendo anular a dor...
Há quem pense que passa devorando as palavras proferidas...
Mas ninguém nada sabe, quando um coração é machucado...
Muda-se o tempo em lágrimas internas...
Outro ritmo principia a bater na lentidão das horas...
Os olhos esboçam um passado que talvez nunca cessará...
As pernas hesitam em caminhar...
Mágoas são histórias inacabadas... 
Mágoas são feridas inflamadas...
Mágoas são pérolas imperfeitas que, em razão do outro, cultivamos...
Daí a preciosidade das pérolas deformadas pelo Amor!
Sinto! Mágoa
 


Johanna Perrone
São Sebastião do Paraíso – Minas Gerais

domingo, 2 de junho de 2013

Martha Medeiros

 Martha Medeiros tem razão quando escreve que telejornais deviam ser proibidos pelos médicos porque é só desgraça, tristeza, isto sem falar nas roubalheiras dos políticos do Brasil que é o que mais dói em nós porque é o nosso dinheiro que está sendo usado para o BEM DELES e não do povo como deveria ser!

Hoje é domingo, dia de praia, alegrias, vamos nos divertir com este delicioso texto de Martha Medeiros, dia feliz para vocês.

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Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.

Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me
embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir
desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!

Martha Medeiros

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Carta aos jovens - Papa João Paulo ll

Carta Aos Jovens


Precisamos de Santos sem véu ou batina.
Precisamos de Santos de calças jeans e tênis.
Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.
Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade.
Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade.
Precisamos de Santos modernos, Santos do século XXI com uma espiritualidade inserida em nosso tempo.
Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais.
Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo.
Precisamos de Santos que bebam Coca-Cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem discman.
Precisamos de Santos que amem a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refrigerante ou comer pizza no fim-de-semana com os amigos.
Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte.
Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros.
Precisamos de Santos que estejam no mundo e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo mas que não sejam mundanos"

"Jovens do mundo inteiro, tenham a santa ousadia, de serem os santos do novo milênio". (Papa João Paulo II, Congresso da Juventude Feminina de Schoesntatt, Londrina/PR, 2000).

terça-feira, 28 de maio de 2013

O que tem na maleta? Autor desconhecido





O que tem na maleta?


Um homem morreu.
Ao se dar conta, viu que Deus se aproximava e tinha uma maleta com Ele.
E Deus disse:
- Bem, filho, hora de irmos.

O homem assombrado perguntou:
- Já? Tão rápido?
Eu tinha muitos planos...
- Sinto muito, mas é o momento de sua partida.
- O que tem na maleta?
Perguntou o homem.

E Deus respondeu:
- Os seus pertences!!!
- Meus pertences?
Minhas coisas, minha roupa, meu dinheiro?

Deus respondeu:
- Esses nunca foram seus, eram da terra.

- Então são as minhas recordações?
- Elas nunca foram suas, elas eram do tempo.

- Meus talentos?
- Esses não pertenciam a você, eram das circunstâncias.
- Então são meus amigos, meus familiares?
- Sinto muito, eles nunca pertenceram a você, eles eram do caminho.
- Minha mulher e meus filhos?
- Eles nunca lhe pertenceram, eram de seu coração.
- É o meu corpo. - Nunca foi seu, ele era do pó.
- Então é a minha alma.
- Não!
Essa é minha.

Então, o homem cheio de medo,tomou a maleta de Deus e ao abri-la se deu conta de que estava vazia...

Com uma lágrima de desamparo brotando em seus olhos, o homem disse:
- Nunca tive nada?

- É assim,cada um dos momentos que você viveu foram seus.
A vida é só um momento...
Um momento só seu!
Por isso, enquanto estiver no tempo, desfrute-o em sua totalidade.
Que nada do que você acredita que lhe pertence o detenha...
Viva o agora!
Viva sua vida!
E não se esqueça de SER FELIZ, é o único que realmente vale a pena!
As coisas materiais e todo o resto pelo que você luta fica aqui.
VOCÊ NÃO LEVA NADA!
Valorize àqueles que valorizam você, não perca tempo com alguém que não tem tempo para você.

Passe esta bela reflexão a todos que você gosta neste mundo e desfrute cada segundo vivido.
É isto que você vai levar.

 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Sessão de terapia - Arnaldo Jabor

ARNALDO JABOR - O Estado de S.Paulo
"Doutora, eu procurei a psicanálise porque tenho tido pesadelos: sonho que morri assassinado por mim mesmo, que estou preso com traficantes estupradores. Não mereço isso, eu, que sempre assumi minha condição de corrupto ativo e passivo. (Sem veadagem..., claro.) Não sou um ladrão de galinhas, mas já roubei galinhas do vizinho e até hoje sinto o cheiro das penosas que eu agarrava. Hahaha... Mas hoje em dia, doutora, não roubo mais por necessidade; é prazer mesmo. Estou muito bem de vida, tenho sete fazendas reais e sete imaginárias, mando em cidades do Nordeste, tenho tudo, mas confesso que sou viciado na adrenalina que me arde no sangue na hora em que a mala preta voa em minha direção, cheia de dólares, vibro quando vejo os olhos covardes do empresário me pagando a propina, suas mãos trêmulas me passando o tutu, delicio-me quando o juiz me dá ganho de causa, ostentando honestidade e finge não perceber minha piscadela marota na hora da liminar comprada (está entre US$ 30 e US$ 50 mil hoje).
Como, doutora? Se me sinto "superior" assim? Bem, é verdade... Adoro a sensação de me sentir acima dos otários que me "compram" - eles se humilhando em vez de mim.
Roubar me liberta. Eu explico: roubar me tira do mundo dos "obedientes" e me faz 'excepcional' quando embolso uma bolada. Desculpe..., a senhora é mulher fina, coisa e tal, mas, adoro sentir o espanto de uma prostituta, quando eu lhe arrojo US$ 1.000 sobre o corpo e vejo sua gratidão acesa, fazendo-a caprichar em carícias. É uma delícia, doutora, rolar, nu, em cima de notas de US$ 100 na cama, de madrugada, sozinho, comendo chocolatinhos do frigobar de um hotel vagabundo, em uma cidade onde descolei a propina de um canal de esgoto superfaturado. Gosto da doce volúpia de ostentar seriedade em salões de caretas que me xingam pelas costas, mas que me invejam pela liberdade cínica que imaginam me habitar. Suas mulheres me olham excitadas, pensando nos brilhantes que poderiam ganhar de mim, viril e sorridente - todo bom ladrão é simpático. A senhora não tem ideia aí, sentada nesta poltrona do Freud, do orgulho que sinto, até quando roubo verbas de remédios para criancinhas, ao dominar a vergonha e transformá-la na bela frieza que constrói o grande homem.
Sei muito bem os gestos rituais da malandragem brasileira: sei fazer imposturas, perfídias, tretas, sei usar falsas virtudes, ostentar dignidade em CPIs, dou beijos de Judas, levo desaforo para casa sim, sei dar abraços de tamanduá e chorar lágrimas de crocodilo...
Eu já declarei de testa alta na Câmara: "Não sei nem imagino como esses milhões de dólares apareceram em minha conta na Suíça, apesar desses extratos todos, pois não tenho nem nunca tive conta no exterior!". Esse grau de mentira é tão íntegro que deixa de ser mentira e vira uma arte.
Doutora, no Brasil há dois tipos de ladrões de colarinho branco: há o ladrão "extensivo" e o "intensivo".
Não tolero os ladrões intensivos, os intempestivos sem classe... Falta-lhes elegância e "finesse". Roubam por rancor, roubam o que lhes aparece na frente, se acham no direito de se vingar de passadas humilhações, dores de corno, porradas na cara não revidadas, suspiros de mãe lavadeira.
Eu, não. Eu sou cordial, um cavalheiro; tenho paciência e sabedoria, comecei pouco a pouco, como as galinhas que roubei na infância, que de grão em grão enchiam o papo... Eu sou aquele que vai roubando ao longo da vida política e, ao fim de décadas, já tem "Renoirs" na parede, iates, helicópteros, esposa infeliz (não sei por que, se dou tudo a ela) e, infelizmente, filhos estroinas... (mandei estudarem na Suíça e não adiantou).
Eu adquiri uma respeitabilidade altaneira que confunde meus inimigos, que ficam na dúvida se me detestam ou admiram. No fundo, eu me acho mesmo especial; não sou comum.
Perto de mim, homens como os mensaleiros amadores foram meros cleptomaníacos... Sou profissional e didático... Considero-me um técnico, um cientista da corrupção nacional...
Olhe para mim, doutora. Eu estou no lugar da verdade. Este país foi feito assim, na vala entre o público e o privado. Há uma grandeza insuspeitada na apropriação indébita, florescem ricos cogumelos na lama das 'maracutaias'.
Ouso mesmo dizer que estou até defendendo uma cultura! São séculos de hábitos e cacoetes sagrados que formam um país. A senhora sabe o que é a beleza do clientelismo ibérico, onde um amigo vale mais que a dura impessoalidade de uma ética vitoriana?
A amizade é mais importante que esta bobagem de interesse nacional! O que meus inimigos chamam de irresponsabilidade e corrupção do Congresso é a resistência da originalidade brasileira, é a preservação generosa do imaginário nacional!
A bosta não produz flores magníficas? O que vocês chamam de "roubalheira", eu chamo de "progresso". Não o frio progresso anglo-saxônico, mas o doce e lento progresso português que formou nossa tolerância, nossa ambivalência entre o público e o privado.
Eu sempre fui muito feliz... Sempre adorei os jantares nordestinos, cheios de moquecas e sarapatéis, sempre amei as cotoveladas cúmplices quando se liberam verbas, os cálidos abraços de famílias de máfias rurais... A senhora me pergunta por que eu lhe procurei?
Tudo bem; vou contar. Outro dia, um delegado que comprei me convidou para ver uma execução. Topei, por curiosidade; podia ser uma experiência interessante na minha trajetória existencial. Era um neguinho traficante que levaram para um terreno baldio, até meio pé de chinelo. Ele implorava quando lhe passaram o fio de nylon no pescoço e apertaram devagar até ele cair estrangulado, bem embaixo de uma placa de financiamento público. Na hora, até me excitei; mas quando cheguei em casa, com meus filhos vendo High School Musical na TV, fui tomado por este mal-estar que vocês chamam de "sentimento de culpa"...
Por isso, doutora, preciso que a senhora me cure logo... Tem muita verba pública aí, muita emenda no orçamento, empreiteiros me ligando sem parar... Tenho de continuar minha missão, doutora..."

Arnaldo Jabor

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Conversa de avó

Conversa de avó

Quando eu for bem velhinha ,espero receber a graça de,um dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e bebendo um cálice de Porto, dizer ao meu neto:
-querido , venha cá com vovózinha . 
Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado.
Tenho uma coisa pra te contar.É assim dizer apontando o indicador para o alto 
nome disso não é conselho , isso se chama colaboração!
Eu errei,ensinei,aprendi,cai,levantei e cheguei a alguma conclusões.
E agora depois de tantos anos ,com os ossos frágeis e pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que resta saudável e forte.
Por isso,vou colocar mais ou menos assim:
É preciso coragem para ser feliz.Seja Valente.
Siga sempre o seu coração.
Pará onde ele for,seu sangue,suas veias e seus olhos irão.
Satisfaça os seus desejos.
Esse é seu direito e obrigação.
Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer ,mas escolha entre ser um grande menino ou um menino grande,vai depender só de você .
Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos.tenha um jardim.Aproveite a sua casa mas vá passear,conhecer sua terra,a cidade onde mora.Cuide bem dos seus dentes.
Experimente , mude,corte os cabelos,Ame,Ame pra valer.
Não corra o risco de envelhecer dizendo "há se eu tivesse feito....
" Vai que o carteiro ganhe na loteria - Tudo é possível,e o futuro é imprevisível.
Tenha uma vida rica de vida!
Viva romances de cinema ,contos de fada e casos de novela.
Faça sexo,mas não sinta vergonha de preferir fazer amor.
E tome conta sempre da sua reputação ,ela é um bem Inestimável .
Porque sim ,as pessoas comentam repassam e se você for dar chance elas inventam também detalhes desnecessários.
Se for casar,faça por amor.
Não faça por segurança ,carinho ou Status.
A sabedoria convencional recomenda que você ,se case com alguém parecido com você ,mas isso pode ser um saco!
Prefira a recomendação da natureza,que com a justificativa da aperfeiçoar os genes na reprodução ,sugere que você procure alguém diferente de você .Mas para ter sucesso nessa questão acredite no olfato e desconfie da visão.
É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão.
Faça do fogão,do pente,da caneta ,do papel e do armário,seus instrumentos de criação.
Leia ,pinte,desenhe,escreva.E por favor dance,dance até o fim,se não por você por mim.
Compreenda seus pais.
Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam e sempre farão .
Não cultive as magoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza.
Era só isso querido.
Agora é sua vez
Por favor ,encha mais uma vez minha taça e me conte como vai você ?....

Autor Desconhecido