quarta-feira, 8 de maio de 2013

Fogão de lenha - Odília Plascência.

De tijolo e arrumado com reboque de barro
bem no canto da cozinha.
Alto para o tamanho que eu tinha,
mas era ali que eu me entretinha,
naquele aconchegante fogão.
Como era bom, meu Deus, como era bom!

Fogão de lenha, que saudade!
Apesar da pouca idade num caixote eu subia
pra lidar com as panelas e as tarefas do dia a dia.

Depois da escola, da arrumação da casa,
o jantar eu preparava atiçando as poucas brasas
que no fogão ainda tinha.

O cheiro da lenha queimada,
com o louro do feijão impregnava pela casa.
Como era bom, meu Deus, como era bom!

Na tarde morna , depois do bolo assado,
o fogão bem limpinho e encerado.
Por baixo das cinzas as brasas ficavam escondidas,
adormecidas; mas, a chaminé no canto da casa,
soltando uma fumaça branquinha...

Só meu gato o desfrutava,
dormia fazendo ronron,
no calor que dele brotava.
Como era bom, meu Deus, como era bom!


 Poema de Odília Plascência.

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