terça-feira, 24 de abril de 2012

O Sonho - Olavo Bilac

O Sonho Quantas vezes, em sonho, as asas da saudade Solto para onde estás, e fico de ti perto! Como, depois do sonho, é triste a realidade! Como tudo, sem ti, fica depois deserto! Sonho... Minha alma voa. O ar gorjeia e soluça. Noite... A amplidão se estende, iluminada e calma: De cada estrela de ouro um anjo se debruça, E abre o olhar espantado, ao ver passar minha alma. Há por tudo a alegria e o rumor de um noivado. Em torno a cada ninho anda bailando uma asa. E, como sobre um leito um alvo cortinado, Alva, a luz do luar cai sobre a tua casa. Porém, subitamente, um relâmpago corta Todo o espaço... O rumor de um salmo se levanta E, sorrindo, serena, apareces à porta, Como numa moldura a imagem de uma Santa... Olavo Bilac

Um comentário:

Vera do sullllll disse...

Olá!
Poeta que usava as palavras como um maestro rege a sua orquestra...
Lindo...
Bjs