terça-feira, 31 de maio de 2011

Sou mineirinha sim uai!

                              Casa dos meus avós Ignácia e José Francisco na Rua Gedôr da Silveira

Meus pais Maria e Neube nasceram no sul de Minas e tiveram uma vida muito saudável respirando ar puro, frutas, legumes verduras sem agrotóxicos, franguinhos dos quintais das minhas avós, um outro mundo não é mesmo? Pães, bolos, roscas, broas de fubá,  tudo assado no forno no quintal de minha avó Ignácia uma senhorinha muito bonitinha e carinhosa.
Já ia me esquecendo dos tachos de goiabada cascão da minha tia Erotides, a geléia de mocotó do meu tio Geraldo e aquele casarão imenso onde eles moravam que me fascinava, o  salão eram tão grande que parecia o do clube da cidade.

Quando somos crianças achamos que todo adulto é um gigante e era assim que via meu avô Zequinha que era fazendeiro e diariamente trajava um bota preta, calça cinza escuro, camisa branca, paletó preto e claro, um bonito chapéu, eu o achava enorme e sisudo demais, morria de medo dele mas não sei porque viu? Era muito carinhoso e quando me pegava no colo parecia que ia chegar ao céu de tão alto que eu achava rs,sr,sr.

                                  1904 - Rua Pinto Ribeiro, umas das principais ruas da cidade

Que sorte eles tiveram de viver uma vida tranqüila onde os grandes acontecimentos eram as quermesses da igreja quando eram arrematados cartuchos lotados de delícias das senhoras que ajudavam o pároco com quitandas especiais para estas festas tudo enfeitado com bandeirinhas coloridas, leitõezinhos assados muito bem decorados também eram muito cobiçados nos leilões e todos muitos bem vestidos para curtir essas noites alegres e animadas com músicas mineiríssimas.


As Congadas, que festa linda, aqueles chapéus enfeitados com fitas coloridas, o compasso da dança, a ginga que eles tem quando dançam me fascina.
Durante um período da minha vida por várias razões fiquei muito tempo sem ir por lá e quando retornei era justamente época das congadas e eu nem  me lembrava quando ainda dentro do ônibus que ia em direção a rodoviária da cidade, ouvi aquele som maravilhoso dos tambores , as vozes cantando, foi maravilhoso!
Imediatamente pedi ao motorista que me deixasse ali mesmo, peguei minha mala e lá fui eu acompanhando aquela maravilha, foi um dia muito especial, uma emoção imensa que jamais esquecerei, viajei no tempo.

Eu amo demais tudo isso e eu só poderia mesmo ter nascido nas Gerais, em São Sebastião do Paraíso, Cidade dos Ipês.
É uma linda cidade mineira que cresceu demais e perdeu alguns encantos que nós saudosistas sentimos falta.
Uma das coisas que sinto falta neste Rio são as rádios que tocam modas de viola mas as verdadeiras, estas sim eu aprecio,  sentar no quintal da minha tia Julinha com uma canequinha de café nas mãos, pãozim de queijim e na rádio local tocando Tonico e Tinoco era um momento mágico para mim e sei que brevemente quando chegar por lá vou sentir muitas saudades disso tudo.
Gostaria que o tempo parasse e que tudo ficasse como era na minha infância maravilhosa em São Sebastião do Paraíso.



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